A internet virou o maior mercado já inventado pela humanidade — uma vitrine global aberta 24 horas por dia, 7 dias por semana, onde absolutamente tudo pode virar produto. Com mais de 5,3 bilhões de usuários conectados em 2024, o mundo digital se tornou um ecossistema frenético de consumo, desejo e curiosidades econômicas que fariam Adam Smith levantar uma sobrancelha.E, nesse emaranhado infinito de ofertas que vão de fones bluetooth a cursos de como falar com plantas, um item improvável vem se destacando nas prateleiras digitais: a foto de pé. Sim, pés. Membros inferiores. Dedos que nunca imaginaram um dia virar commodity. Mas viraram movidos por um nicho muito específico, muito devoto e muito disposto a pagar pelo fetiche.
No Brasil, o Pix turbinou esse fenômeno. Nas redes sociais, qualquer perfil pode se transformar em uma loja virtual instantânea; uma sacada tão eficiente que transformou o quarto da nossa própria casa em mais um espaço para o empreendedorismo digital florescer. E se tem gente vendendo eletrônicos, sobremesas e consultorias espirituais, por que não fotos do próprio pezão? A lógica da internet é simples: se há demanda, alguém vai aparecer para suprir.
E é aí que mora a surpresa: pessoas completamente comuns, como aquele seu primo que nunca conseguiu vender nem rifa de colégio, passaram a lucrar mais de R$ 5 mil por mês trocando fotos de pé por dinheiro. Não é exagero. É dado da “economia dos fetiches”.
Entre os leitores da assuntasó! no Instagram, 57% afirmaram que venderiam uma foto do próprio pé. Curiosamente, o mesmo percentual acredita que ninguém pagaria por isso. Já na hora de enviar a imagem, 67% disseram que o fariam sem hesitar, enquanto 33% prefeririam negociar antes.
A crônica desta semana mergulha nesse universo curiosíssimo das permutas digitais. Um lugar onde o pé deixou de ser apenas uma parte do corpo humano e virou objeto de desejo, meme e investimento.
Boa leitura ─ e até a próxima!
Will Assunção